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domingo, 23 de agosto de 2009

BONECA DE PANO

Que me alegrou a meninice 

Que saudades, tenho.

Cara de bruxa, 

Olhos arregalados, 

Rostinho vermelho,

Vestido de trapo.

Encardida e travessa,

Criava vida 

E tagarelava 

Em minha imaginação. 

Sorria feliz,

Ao lado de outras, 

Belas e ricas,

De louça e papelão. 

Sabia ser a única

No meio de tantas. 

Apenas sentia,

Uma ponta de ciúmes, 

Das feitas de milho.

Verdinha, de cabelos vermelhos.

Ficava feliz, 

Quando elas murchavam 

E iam para o lixo.

Toda vaidosa, 

Recebia o carinho

Das mãos gorduchinhas

De sua mãezinha careta. 

Onde você está?

Outras lhe fazem carícias?




 














Escondida no armário,


Espera outra amiguinha.

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