Que saudades, tenho.
Cara de bruxa,
Olhos arregalados,
Rostinho vermelho,
Vestido de trapo.
Encardida e travessa,
Criava vida
E tagarelava
Em minha imaginação.
Sorria feliz,
Ao lado de outras,
Belas e ricas,
De louça e papelão.
Sabia ser a única
No meio de tantas.
Apenas sentia,
Uma ponta de ciúmes,
Das feitas de milho.
Verdinha, de cabelos vermelhos.
Ficava feliz,
Quando elas murchavam
E iam para o lixo.
Toda vaidosa,
Recebia o carinho
Das mãos gorduchinhas
De sua mãezinha careta.
Onde você está?
Outras lhe fazem carícias?
Escondida no armário,
Espera outra amiguinha.